MAC

Mês das Crianças – Outubro

“Elas estão por todo canto, elas estão se movimentando por toda parte… Por conta dos seus interesses, elas se encontram, se reúnem, combinam coisas, realizam… sem ninguém mandar… por elas mesmas… por uma força, um dinamismo que está dentro delas. Elas enxergam os problemas e situações delas mesmas e de todo o povo… Elas têm consciência de direitos… elas sabem ser solidárias umas com as outras… Elas tomam iniciativas (…)
Elas gostam sobretudo de brincadeiras e festas (…). Como as plantas precisam de espaço, de ar, de sol e de chuva, elas também aspiram à liberdade, a um clima de confiança e apoio (…).
Quando elas encontram então alguém que acredita nelas, alguém que pára, para escutá-las, alguém que as leva a sério, que lhes dá apoio e incentivo, alguém que abre espaço para sua livre expressão, para sua plena participação… aí elas vão longe e são capazes de dar uma contribuição muito original e própria, importante e insubstituível, ao bem de toda a comunidade, à caminhada de todo o povo para um mundo novo, de Justiça, de Fraternidade, Paz e Alegria (VELOSO, 1985, p. 87 – 88)”.

Neste dia 12 de outubro em que é comemorado o dia delas, das Crianças, é importante registrar, enfatizar quem são elas, como assim as descreveu Reginaldo Veloso (1985), ao reunir características, comportamentos, anseios, percepções, capacidades, visões do potencial de ser criança, sujeitos de direitos, de vez e voz, cidadãos. Que numa sociedade que as percebam assim, enquanto pessoas em desenvolvimento com uma vitalidade, criatividade, afetividade e capacidade de transcendência incrível poderão dentro da originalidade de suas idades atuar, participar da viva em comunidade sendo agente transformador do ambiente em que vivem a partir do brincar, da espontaneidade, sendo uma sociedade que de fato prioriza a infância. Contudo, a realidade aponta para uma sociedade equidistante, prioriza na lei (Estatuto da Criança e do Adolescente) mas no cotidiano seja na família, na comunidade, na sociedade e nas políticas públicas de educação, esporte, cultura, lazer, saúde e assistência, ainda não levado a sério. Onde todas estas características ainda não são percebidas, tão pouco valorizadas, estimuladas. Contribuindo para formar crianças adultocêntricas, aprisionadas ao futuro mercadológico, sem discernimento da realidade, inseguras, domesticadas, sem capacidade crítica, prontas para o abate do gado.

O Movimento de Adolescentes e Crianças – MAC, vem reafirmar a crença na criança e no adolescente enquanto sujeito de direitos, capazes de dar sua contribuição original para o bem viver numa sociedade justa e fraterna. Que se faz necessário ter pessoas adultas que pare para escutá-las, as apoie e incentive a expressar toda sua potencialidade, estimule a curiosidade, a busca pela pesquisa e compreensão da vida, dos seus direitos, deveres, das lutas do seu povo, a encontrar saídas, criar juntas iniciativas que melhore as condições de vida, a crer e acreditar em si mesmas, que reunidas em movimento podem ser mais eficazes na incidência nas políticas públicas e nas ações de solidariedade para com outras crianças e adolescentes negligenciadas de seus direitos básicos e das condições dignas do viver.

Reafirmamos neste dia o quanto o Movimento de Adolescentes e Crianças – MAC nestes 53 anos vem lutando e seguirá, em favor da defesa e promoção dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes de terem direitos de ter uma infância e adolescência plena, segura e saudável a não comprometer a pessoa adulta que virá a ser. Por uma Educação Lúdica, Crítica, Equitativa, Emancipatória e Libertária. Pelo Estado que possa assegurar condições mínimas para a família cuidar e zelar dos seus filhos/as e não os maltratar, os violentar, os abandonar, mas sim exercer o papel e a função parental a qual se espera quando engravidam e constituem família. Que as organizações sociais como o MAC possam seguir hoje e sempre cumprindo este papel social e de cidadania a defender e promover os Direitos e o lugar da Infância e da Adolescência em nossa sociedade.

Coordenação Nacional do MAC

Movimento de Adolescentes e Crianças – MAC

SOU PEQUENO

(Letra e música: Afonso Horácio Leite)

1. Sou pequeno, tão pequeno

Dizem que não sei pensar

Quando penso, logo dizem:

Mente adulta! Não Vai dar!

Mas eu penso nesta vida:

Oh! Que peso! Que penar!

Que penar! Que penar!

Oh! Que peso! Que penar! (bis)

2.Sou pequeno, tão pequeno

Dizem que não sei falar

Quando falo, logo dizem:

Cale a boca, vá pra lá.

Mas eu falo na esperança

De o povo me escutar.

Me escutar, me escutar

De o povo me escutar. (bis)

3. Sou pequeno, tão pequeno

Dizem que não sei querer

Quando quero, logo dizem:

Menino é pra obedecer!

Mas eu quero um mundo novo:

Todos juntos, bom viver!

Bom viver! Bom viver!

Todos juntos, bom viver! (bis)

4.Sou pequeno, tão pequeno

Dizem que não sei lutar.

Quando luto, logo dizem:

Menino é só pra brincar!

Mas unido a todo o povo,

Quero o mundo transformar!

Transformar! Transformar!

Quero o mundo transformar!